quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eu não mudei

Ainda sou o mesmo, ainda brinco com as mesma coisa, faço as mesma piadas, reclamo das mesmas coisas, detesto as mesma coisa, meu numero é o mesmo, meu endereço é o mesmo, onde fico, com quem ando por aonde ando, ainda são os mesmo.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A VEZ DE OUTUBRO

ERA A VEZ DE OUTUBRO, POR ISSO FAZIA FRIO NAQUELA NOITE, E AS 
FOLHAS estavam vermelhas e alaranjadas e caíam das árvores que circundavam
a clareira. Os doze estavam sentados ao redor de uma fogueira, assando
enormes lingüiças espetadas em varetas — que estalavam e estouravam ao
pingar gordura nos ramos incandescentes de macieira — e tomando sidra
fresca, que lhes enchia a boca com seu gosto agridoce.
Abril deu uma mordidinha tímida em sua lingüiça, que lhe rebentou na
boca e derramou gordura quente em seu queixo.
 — Maldita porcaria! — exclamou ela.
Março, agachado ao lado dela, deu uma risadinha perversa e puxou um
enorme lenço sujo.
 — Tome — ele disse. Abril limpou o queixo.
 — Obrigada. Este miserável saco de tripas me queimou. Vai fazer uma
bolha amanhã.
Setembro bocejou.
 — Você é tão hipocondríaca — alfinetou, do outro lado da fogueira. —
E que linguajar. — Ele tinha um bigodinho fino e grandes entradas no cabelo,
que faziam sua testa parecer ampla e sábia.
— Deixe-a em paz — pediu Maio, com seu cabelo preto escovinha e
seus coturnos delicados. Ela fumava uma cigarrilha marrom com um forte
cheiro de cravo. — Ela é sensível.
— Ora, por favor — retrucou Setembro. — Me poupe.
Outubro, ciente de sua posição de destaque, sorveu sua sidra, limpou a
garganta e anunciou:
 — Muito bem. Quem quer começar?
A cadeira na qual estava acomodado fora entalhada num enorme bloco
de carvalho, decorado com freixo, cedro e cerejeira. Espaçados a intervalos
regulares em volta da pequena fogueira, os outros onze se encontravam
sentados em tocos de troncos, que, após anos de uso, estavam lisos e
confortáveis.
 — E a ata? — perguntou Janeiro. — Sempre fazemos a ata quando eu
estou na cadeira.
 — Mas você não está na cadeira agora, está, querido? — provocou
Setembro, criatura elegante de fingida boa vontade.
 — E a ata? — repetiu Janeiro. — Não podem ignorá-la.
 — Ela que se ate sozinha — ralhou Abril, correndo a mão por seus
longos cabelos louros. — E eu acho que Setembro deveria começar.
Setembro empertigou-se e assentiu:
 — Com prazer.
 — Ei! — interveio Fevereiro. — Ei-ei-ei-ei-ei-ei-ei. Não ouvi o
presidente ratificando essa decisão. Ninguém se pronuncia enquanto Outubro
não disser quem começa, e aí ninguém mais fala. Será que dá pra gente ter um
mínimo de ordem aqui? — Ele os encarou, miúdo, pálido, todo vestido em azul
e cinza.
 — Tudo bem — conciliou Outubro. Sua barba era multicolorida, um
bosque no outono, marrom-escura, laranja como o fogo e vermelha como o
vinho, um emaranhado de fios na parte de baixo do seu rosto. Suas bochechas
eram rubras como maçãs. Ele parecia um amigo, alguém que você conhece há
uma vida. — Setembro pode falar primeiro. Vamos começar.
Setembro colocou o último pedaço de sua lingüiça na boca, mastigou
delicadamente e tomou toda a sidra de sua caneca. Depois se levantou, curvouse para o grupo e começou a falar.
 — Laurent DeLisle era o melhor chef de toda Seattle. Bom, ao menos era
o que ele mesmo pensava, e as estrelas do Guia Michelin na porta de seu
restaurante confirmavam sua opinião. Era um chef notável, é verdade.
Seu brioche de carneiro ganhara vários prêmios, sua gralha defumada
com ravióli de trufa branca havia sido descrita pela Gastronome como "a décima
maravilha do mundo". Mas era a sua adega de vinhos... ah, aquela adega... o
seu maior motivo de orgulho e sua paixão. Eu entendo isso. As últimas uvas
brancas são colhidas em mim, e a maior parte das escuras. Eu aprecio vinhos
finos, seu buquê, seu paladar, e seu sabor residual também. Laurent DeLisle
comprava seus vinhos em leilões, de aficionados particulares, de comerciantes
confiáveis: insistia em ver o pedigree de cada vinho, porque as fraudes são,
infelizmente, muito comuns quando uma garrafa chega a valer 5, 10, 100 mil
dólares, ou libras, ou euros. O tesouro, a jóia, o mais raro dos raros e o creme de
Ia creme de sua adega climatizada era uma garrafa de Château Lalute 1902.
Estava cotado em 120 mil dólares, embora na verdade não tivesse preço, por ser
a última garrafa existente.
 — Com licença — disse Agosto educadamente. Era o mais gordo de
todos, seu cabelo ralo penteado em mechas douradas que aderiam à sua careca
rosada.
Setembro fuzilou seu vizinho com o olhar: — Sim?
 — Essa é aquela em que um cara rico pede o vinho pra acompanhar o
jantar, e o chef decide que o prato que o ricaço pediu não é bom o suficiente pro
vinho, daí ele serve um prato diferente, e o cara dá uma garfada, e ele tem, tipo,
uma alergia rara e morre na hora, e no fim o vinho nunca é tomado?
Setembro não respondeu nada, apenas olhou profundamente.
 — Porque, se for essa, você já contou. Há anos. Achei boba na época.
Continua sendo boba. — Agosto sorriu. Suas bochechas rosadas brilharam à luz
da fogueira.
Setembro, então, disse:
 — Obviamente, pathos e cultura não são do agrado de todos. Algumas
pessoas preferem churrasco e cerveja, ao passo que nós gostamos...
Fevereiro o interrompeu:
 — Bem, odeio dizer isto, mas até que ele tem razão. A história tem que
ser nova.
Setembro levantou uma sobrancelha e apertou os lábios.
 — Acabei — anunciou abruptamente, e se sentou em seu loco. Eles se
entreolharam por cima da fogueira, os meses do ano. Junho, hesitante e bemeducada, levantou a mão e disse:
— Eu tenho a história da operadora da máquina de raio X do Aeroporto
La Guardiã que conseguia saber tudo sobre qualquer pessoa pelos contornos
das bagagens na tela, e um dia ela viu um raio X de bagagem tão lindo que se
apaixonou pela pessoa dona daquela bagagem, e ela precisava descobrir qual
das pessoas da fila era aquela, mas não conseguiu, e aí ela sofreu por meses e
meses. E quando a pessoa passou de novo, daquela vez ela soube, e era um
homem, um indiano velho todo enrugado, e ela era bonita, negra e tinha, tipo,
25 anos, e ela viu que aquilo nunca daria certo, então ela o deixou passar,
porque também conseguiu ver pelas formas das bagagens na tela que ele ia
morrer logo.
Outubro aprovou:
 — Muito bem, jovem Junho. Conte essa.
Junho olhou para ele como um animal assustado:
 — Acabei de contar. Outubro assentiu.
 — Contou mesmo — disse, antes que qualquer um dos outros pudesse
falar algo. E continuou: — Vamos prosseguir com a minha história, então?
Fevereiro fungou:
 — Fora da ordem, amigão. Quem está na cadeira só pode contar sua
história depois que todos os outros acabam. Não dá pra passar direto à atração
principal.
— Deixa o cara contar a história se ele quiser — pediu Maio, que estava colocando uma dúzia de castanhas na grelha, dispondo-as ordenadamente com
um pegador. — Com certeza não será pior que a do vinho. E eu preciso voltar
prós meus afazeres. As flores não desabrocham sozinhas. Todos a favor?
 — Vai pedir um voto formal? — perguntou Fevereiro. — Eu não
acredito. Não acredito que isso está acontecendo — e enxugou a testa com um
punhado de lenços de papel que puxara da manga.
Sete mãos foram levantadas. Quatro meses ficaram imóveis: Fevereiro,
Setembro, Janeiro e Julho.
— Não é nada pessoal —, justificou-se Julho em tom de desculpas. I,
puramente pelo procedimento. Não deveríamos abrir precedentes.
— Está decidido, então — anunciou Outubro. — Alguém quer falar
alguma coisa antes que eu comece?
— Hã. Sim. Às vezes — disse Junho —, às vezes acho que alguém está
nos espiando na floresta, e aí eu olho e não tem ninguém. Mas mesmo assim
continuo não achando isso.
Abriu retrucou:
— É porque você é louca.
— Hm — comentou Setembro, dirigindo-se a todos. — Esta é a nossa
Abril. Sensível, mas também a mais cruel.
— Chega! — exclamou Outubro. Ele se espreguiçou na cadeira,
quebrou uma avelã com os dentes, tirou o miolo, jogou os pedaços da casca no
logo, onde eles chiaram e pipocaram, e começou.
* * *
Havia um menino, disse Outubro, que sofria muito em sua casa, embora
não apanhasse. Ele parecia não pertencer à sua família, à sua cidade, nem
mesmo à vida. Tinha irmãos gêmeos, mais velhos do que ele, que o magoavam
ou o ignoravam e eram muito queridos pela vizinhança. Os dois jogavam
futebol, e quase sempre um deles era o artilheiro e herói da partida. O caçula
não jogava futebol. Eles tinham um apelido para ele: chamavam-no de Nanico.
Chamavam-no assim desde que ele era bebê, e de início seus pais os
repreenderam por isso. Os gêmeos disseram:
 — Mas ele é nanico mesmo. Olhem pra ele. Olhem pra nós.
Os garotos tinham 6 anos quando disseram isso. Seus pais acharam
bonitinho. Um apelido como Nanico pode ser contagioso, e assim, em pouco
tempo, apenas a avó do menino — quando ligava no seu aniversário — e
pessoas que não o conheciam ainda o chamavam de Donald.
Talvez pelo fato de que apelidos têm poder, ele era um nanico: magrelo,
baixinho e nervoso. Nascera com o nariz escorrendo e, uma década depois, ele
continuava escorrendo. Na hora das refeições, quando os gêmeos gostavam da
comida, roubavam do seu prato. Quando não gostavam, davam um jeito de
colocá-la no prato dele, e ele levava bronca por ter deixado sobrar comida.
O pai deles nunca perdia os jogos de futebol e, no final, comprava um
sorvete para o gêmeo que marcasse mais pontos e um sorvete como prêmio de
consolação para o outro. A mãe deles dizia que era jornalista, embora seu
trabalho fosse, na verdade, vender anúncios e assinaturas: ela voltou a trabalhar
em tempo integral assim que os gêmeos cresceram o suficiente para se virar
sozinhos.
Os outros garotos da classe desse menino admiravam os gêmeos. Eles o
chamaram de Donald durante várias semanas na primeira série, até que
souberam que seus irmãos o chamavam de Nanico. Seus professores raramente
o chamavam assim, embora, entre eles, às vezes comentassem que era uma
pena o menino mais novo dos Covay não ter o porte, a imaginação ou a
vivacidade dos irmãos.
O Nanico não seria capaz de dizer quando decidiu fugir de casa, nem
quando seus sonhos se transformaram num plano. Quando admitiu para si
mesmo que iria embora, ele já tinha escondido um grande tupperware debaixo
de um plástico atrás da garagem, contendo três chocolates Mars, dois Milky
Ways, um saco de nozes, um saquinho de pastilhas de alcaçuz, uma lanterna,
vários gibis, um pacote fechado de carne-seca em conserva e 37 dólares, a maior
parte em moedas. Ele não gostava do sabor da carne-seca, mas lera que
exploradores haviam sobrevivido por semanas sem comer outra coisa. E foi quando pôs o pacote de carne-seca no tupperware e apertou a tampa, fechandoa, que ele soube que ia ter que fugir.
Ele havia lido livros, jornais e revistas. Sabia que, quando você foge de
casa, às vezes encontra gente ruim que faz coisas ruins com você. Mas também
lera contos de fadas, e sabia que havia pessoas boas no mundo, em meio aos
monstros.
O Nanico era um menino magrinho de 10 anos, baixinho, com o nariz
escorrendo e o semblante vazio. Se você tentasse apontá-lo num grupo de
garotos iriam apontar errado. Ele seria o outro, o garoto ao lado, aquele pelo
qual você passou batido.
Durante todo o mês de setembro ele adiou a fuga. Só numa sexta-feira
especialmente ruim, quando seus dois irmãos sentaram em cima dele (e o que
sentou no seu rosto soltou um pum e se matou de tanto rir), foi que chegou à
conclusão de que quaisquer monstros que estivessem à sua espera no mundo
seriam suportáveis, talvez até preferíveis.
No sábado, seus irmãos deveriam cuidar dele, mas logo foram para a
cidade visitar uma garota da qual gostavam. O Nanico contornou a garagem,
pegou o tupperware que estava debaixo do plástico e o levou para o seu quarto.
Ele esvaziou sua mochila em cima da cama e pôs nela os chocolates, os
gibis, as moedas e a carne-seca, e encheu com água uma garrafa de refrigerante.
O Nanico foi a pé para a cidade e tomou o ônibus. Ele foi para o oeste
até onde 10 dólares em moedas o levaram, um lugar que não conhecia, e que,
pensou ele, seria um bom ponto de partida, e aí desceu do ônibus e seguiu
lindando. Não havia calçada, por isso, quando os carros passavam, ele ia para a
vala ao lado da estrada, por segurança.
O sol estava alto. Ele sentiu fome e mexeu na mochila até achar um
chocolate. Depois de comê-lo, sentiu sede, e tomou quase metade da água da
garrafa antes de se dar conta de que precisaria racioná-la. Ele achava que, assim
que saísse da cidade, veria nascentes de água doce em toda parte, mas não
encontrou nenhuma. Havia um rio, no entanto, correndo sob uma ponte larga.
O Nanico parou no meio da ponte para olhar a água barrenta lá embaixo. Ele se lembrou de algo que ouvira na escola: que todos os rios corriam
para o mar. Ele nunca tinha ido para o litoral. Desceu até a margem e começou
a seguir o rio. Havia uma trilha lamacenta ao lado da margem, e latas de cerveja
e saquinhos de salgadinho vazios indicavam que já tinha passado (•ente por ali,
mas ele não viu ninguém durante a caminhada.
Ele bebeu o que restava da água.
Ele se perguntou se já estariam à sua procura. Imaginou viaturas
policiais, helicópteros e cães, todos tentando achá-lo. Ele os despistaria.
Conseguiria chegar ao mar.
No rio havia muitas pedras, a água espirrava quando batia nelas. Ele
viu uma garça azul, com as asas abertas, planando acima dele, algumas
libélulas solitárias de fim de estação e, às vezes, pequenas nuvens de
mosquitinhos aproveitando o veranico de outono. O céu azul se acinzentou no
crepúsculo, e um morcego fez um vôo rasante para comer insetos no ar. O
Nanico pôs-se a pensar onde iria dormir naquela noite.
Logo a trilha se bifurcou, e ele seguiu o caminho que se afastava do rio,
torcendo para encontrar uma casa ou uma fazenda com um celeiro vazio.
Andou por algum tempo enquanto escurecia, até que, no fim da trilha,
encontrou uma estranha e semidemolida casa de fazenda. O Nanico andou em
volta dela, ficando cada vez mais convencido de que nada neste mundo o faria
entrar ali, e em seguida pulou uma cerca arrebentada e foi até um pasto
abandonado, onde se deitou para dormir na grama alta, usando a mochila como
travesseiro.
Ficou deitado de costas, vestido, olhando para o céu. Estava sem um
pingo de sono.
— Já devem ter dado pela minha falta — disse para si mesmo. —
Devem estar preocupados.
Ele se imaginou voltando para casa dali a uns anos. O prazer
estampado no rosto dos familiares ao vê-lo chegar, as boas-vindas, o amor que...
Acordou horas depois, com a luz clara do luar no rosto. Conseguia ver
o mundo todo — como em pleno dia, como diz a canção de ninar, mas pálido e sem cor. Acima dele, a lua estava cheia, ou quase, e ele imaginou um rosto que
o olhava, não sem ternura, nas sombras e formas da superfície lunar.
Uma voz perguntou:
— De onde você veio?
Ele se sentou, sem medo, pelo menos até ali, e olhou ao seu redor.
Árvores. Grama alta.
— Cadê você? Não estou te vendo.
Algo que parecia uma sombra se mexeu, ao lado de uma árvore no
fundo do pasto, e ele viu um garoto da sua idade.
— Eu fugi de casa — contou o Nanico.
— Uau! — exclamou o garoto. — Precisa ter muita coragem pra isso.
O Nanico sorriu, orgulhoso. Não sabia o que dizer. — Quer andar um
pouquinho? — perguntou o garoto. — Claro. O Nanico deixou a mochila perto
da cerca para que fosse fácil encontrá-la depois.
Eles desceram a encosta e passaram bem longe do velho casarão. —
Alguém vive lá? — quis saber o Nanico. — Na verdade, não — respondeu o
outro garoto. Ele tinha cabelo claro e fininho, que ficava quase branco ao luar.
— Umas pessoas tentaram há muito tempo, mas não gostaram e foram embora.
Aí outras pessoas se mudaram pra — Mas ninguém vive ali agora. Como é o
teu nome? De que chamam você?
O menino hesitou um momento antes de falar: — Anjo.
— Que nome legal!
— Eu tinha outro nome, mas não dá mais pra ler. Eles se apertaram
para passar por um grande portão de ferro que a ferrugem emperrara semiaberto, e se viram à margem de um riacho ao pé da encosta.
— Este lugar é legal — comentou o Nanico.
— Havia dezenas de lápides de todos os tamanhos no local. Algumas
altas, maiores que os dois meninos, e outras pequenas, do tamanho certo para
se sentar. Algumas estavam quebradas. O Nanico sabia que lugar era aquele,
mas não sentiu medo. Era um lugar amado. — Quem está enterrado aqui?
— Quase todos são gente boa — respondeu Anjo. — Tinha uma
cidadezinha ali. Pra lá daquelas árvores. Aí a ferrovia veio e fizeram uma
estação na cidade vizinha, e nossa cidade meio que secou, desabou e foi levada
pelo vento. Agora tem mato e árvores lá. Dá pra se esconder nas árvores, entrar
nas casas velhas e pular as janelas. O Nanico perguntou:
— As casas são como aquele casarão? — O menino não iria querer
entrar nelas se fossem como ele.
— Não. Ninguém entra nelas, a não ser eu. E uns bichos, às vezes. Eu
sou a única criança por aqui.
 — Imaginei — disse o Nanico.
— A gente podia ir brincar nelas — sugeriu Anjo.
— Ia ser bem legal!
Era uma noite perfeita de outubro: quase tão quente quanto no verão, e
a lua cheia do equinócio dominava o céu. Tudo estava visível.
 — Qual destes é o seu? — perguntou o Nanico.
Anjo empertigou-se, orgulhoso, e pegou o outro garoto pela mão,
puxando-o para um canto do cemitério cheio de mato. Os dois meninos
afastaram a grama alta. A lápide jazia no chão, e tinha esculpidas datas de um
século atrás. Boa parte dela estava gasta, mas sob as datas era possível ler as
palavras
ANJO, DESCANSE EM PAZ JAMAIS SERÁ ESQU
— Esquecido, aposto — disse Anjo.
— É, também acho — concordou o Nanico.
Eles saíram pelo portão, desceram um barranco e entraram no que
restava da velha cidade. Arvores invadiam as casas, e os prédios haviam
desmoronado, mas o lugar não era assustador. Eles brincaram de escondeesconde. Exploraram. Anjo mostrou ao Nanico alguns lugares bem legais,
inclusive um pequeno chalé que, segundo ele, era a construção mais antiga de
toda aquela região. E até que estava bem conservado, considerando o quanto
era velho. — Consigo enxergar muito bem com a luz do luar — observou o
Nanico. — Mesmo dentro das casas. Não sabia que era tão fácil.
— É. E depois de um tempo você começa a enxergar até quando não
tem luar.
O Nanico ficou com inveja.
— Preciso ir ao banheiro. Tem algum lugar onde possa ir por aqui?
Anjo pensou por um momento. — Não sei. Eu não faço mais essas coisas. Tem
algumas privadas ainda inteiras, mas pode ser perigoso. E melhor fazer no
mato mesmo.
— Como um urso — disse o Nanico.
Ele saiu pelos fundos, foi para a mata que parecia empurrar o muro do
chalé, e agachou-se atrás de uma árvore. Nunca havia feito aquilo ao ar livre.
Sentiu-se um animal selvagem. Quando terminou, limpou-se com
folhas do chão. Em seguida, voltou para o chalé e saiu pela porta da frente.
Anjo estava sentado ao luar, esperando por ele.
— Corno você morreu? — perguntou o Nanico.
— Fiquei doente. Minha mãe chorou, ficou desesperada. Aí eu morri. —
Pra ficar aqui com você — disse o Nanico —, eu preciso estar morto também?
— Talvez — respondeu Anjo. — Bom, precisa. Eu acho.
— Como é estar morto?
— Não me incomoda — admitiu Anjo. — O pior de tudo é não ter
ninguém pra brincar.
— Mas deve ter um monte de gente perto daquele riozinho. Eles nunca
brincam com você?
— Nunca. Estão sempre dormindo. E, mesmo quando saem andando,
nunca querem saber de passear, ver coisas, fazer algo. Não querem saber de
mim. Está vendo aquela árvore?
Era uma faia, com sua casca cinzenta e lisa rachada pelo tempo. Estava
bem no meio do que devia ter sido a praça da cidade, 90 anos antes.
— Estou — respondeu o Nanico.
— Quer subir nela?
— Parece meio alta.
— É, sim. Muito alta. Mas é fácil subir. Eu te mostro. Era fácil subir
mesmo. Havia lugares para se segurar na casca, e os garotos escalaram a grande
faia como macacos, piratas ou guerreiros. Do alto da arvore dava pra ver o
mundo todo. Um fio de luz começava a despontar no céu, ao leste.
Tudo esperava. A noite estava terminando. O mundo prendia a
respiração, preparando-se para recomeçar.
Este foi o melhor dia da minha vida — comentou o Nanico.
 — Da minha também — disse Anjo. — O que você vai fazer agora?
 — Não sei.
Ele se imaginou viajando pelo mundo até chegar ao mar. Imaginou-se
crescendo e ficando velho, cuidando da própria vida. Em algum momento,
ficaria incrivelmente rico. E aí voltaria para a casa dos gêmeos, dirigindo seu
maravilhoso carro, ou talvez fosse a um jogo de futebol (na sua imaginação, os
gêmeos não tinham envelhecido nem crescido) e olhasse para eles do alto, com
ternura. Ele convidaria todos, os gêmeos, seus pais, para jantar no melhor
restaurante da cidade, e eles diriam que não souberam entendê-lo e o trataram
muito mal. Pediriam desculpas e chorariam, e o tempo todo ele não diria nada,
deixando aquelas desculpas passarem por ele. E, então, daria um presente para
cada um deles, e era seguida sairia novamente da vida deles, dessa vez para
sempre.
Era um belo sonho.
Na verdade, ele sabia que continuaria andando e que seria encontrado
no dia seguinte ou dois dias depois, e voltaria para casa e levaria bronca, e tudo
seria como sempre foi, e dia após dia, hora após hora, até o fim dos tempos, ele
continuaria sendo o Nanico, a única diferença é que eles estariam furiosos com
ele por ter ousado fugir.
 — Preciso ir dormir daqui a pouco — disse Anjo. Ele começou a descer
da grande faia.
O Nanico descobriu que descer da árvore era mais difícil. Não dava
para ver onde você estava colocando o pé, era preciso ficar tateando para achar um lugar. Várias vezes ele perdeu o apoio e escorregou, mas Anjo estava abaixo
dele e dizia coisas como "Um pouco mais pra direita, agora", e os dois
conseguiram descer sem problemas.
O céu continuava a clarear, a lua estava sumindo, era mais difícil
enxergar. Eles voltaram pela vala. Às vezes, o Nanico não tinha certeza de que
Anjo ainda estava com ele, mas, quando saiu da fenda, viu que o garoto estava
ali, à sua espera.
Eles não falaram muito enquanto subiam para o riacho. O Nanico pôs o
braço no ombro de Anjo, e os dois caminharam juntos, — Bom — disse Anjo —,
obrigado pela visita. — Eu achei divertido — comentou o Nanico. — Eu
também. No meio da floresta, um pássaro começou a cantar. — Se eu quisesse
ficar...? — perguntou o Nanico de repente, mas parou. Posso não ter outra chance
de mudar minha vida, pensou o Nanico. Ele nunca iria ver o mar. Nunca iriam
deixá-lo.
Anjo não disse nada por um longo tempo. O mundo estava cinza. Mais
pássaros se juntaram ao primeiro.
— Não posso fazer isso — explicou Anjo, por fim. — Mas talvez eles
possam.
— Quem?
— Aqueles que estão lá dentro. — O garoto pálido apontou para cima,
para a casa de fazenda em ruínas, com as janelas estilhaçadas, cuja silhueta se
destacava na aurora. A luz cinzenta não a mudara. O Nanico sentiu um calafrio.
— Tem gente lá dentro? Você não falou que estava vazia? — Não está
vazia — respondeu Anjo. — Eu disse que ninguém vive lá. São coisas
diferentes. — Ele olhou para o céu. — Agora preciso ir — acrescentou. Ele
apertou a mão do Nanico, e simplesmente não estava mais lá.
O Nanico ficou sozinho no pequeno cemitério, ouvindo o canto dos
pássaros no ar matutino. Depois, começou a subir o morro. Era mais difícil
sozinho.
Ele pegou sua mochila no lugar onde a deixara e comeu sua última
barra de chocolate, olhando para a construção em ruínas. As janelas vazias do casarão eram como olhos que o vigiavam.
Estava mais escuro lá dentro. Mais escuro do que tudo. Ele abriu
caminho no quintal tomado pelo mato. A porta da casa praticamente se
desintegrara. Ele parou na entrada, hesitante, perguntando-se se devia fazer
aquilo. Sentia cheiro de umidade, podridão, e mais alguma coisa.
Pensou ouvir algo se mexendo dentro da casa, no porão ou no sótão.
Uma agitação, talvez. Ou um salto. Era difícil saber. Finalmente, ele entrou.
Ninguém disse nada. Outubro encheu sua caneca de madeira com
sidra, esvaziou-a e encheu-a de novo.
— É uma história — declarou Dezembro. — É o que posso dizer. — Ele
esfregou seus olhos azul-claros com o punho.
A fogueira estava quase apagada.
— O que aconteceu depois? — perguntou Junho, nervosa. — Depois
que ele entrou na casa?
Maio, sentada ao lado dela, pôs a mão no seu braço e disse:
— É melhor nem pensar nisso.
— Mais alguém quer falar? — perguntou Agosto. Silêncio. — Então
acho que terminamos.
— Isso precisa ser oficializado — salientou Fevereiro.
— Todos a favor? — perguntou Outubro. Houve um coro de "Sim". —
Alguém contra? — Silêncio. — Então declaro a reunião encerrada.
Eles se afastaram da fogueira, espreguiçando-se e bocejando, e
desapareceram na floresta, sozinhos, aos pares, em trios, até que só ficaram
Outubro e seu vizinho.
— Na próxima, será a sua vez — anunciou Outubro.
— Eu sei — disse Novembro. Era pálido, de lábios finos. Ele ajudou
Outubro a se levantar da cadeira. — Eu gosto das suas histórias. As minhas são
sempre sombrias demais.
— Não acho — discordou Outubro. — É que suas noites são mais
longas. E você não é tão quente.
— Olhando por esse ângulo — comentou Novembro -, me sinto melhor.
Afinal, não escolhemos ser quem somos.
— Esse é o espírito — disse o seu irmão.
E eles deram as mãos ao se afastarem das brasas alaranjadas da
fogueira, levando suas histórias de volta para a escuridão.

PARA RAY BRADBURY- NEIL GAIMAN
COISAS FRÁGEIS
Tradução: Micheli de Aguiar Vartuni 

domingo, 29 de setembro de 2013

 Um galho de arvora na sua janela em uma noite de tempestade pode parecer muitas coisas mas no fim é só um galho, o que você vee em uma pessoa em um momento ruim também pode parecer muitas coisas, mas é só um galho, você nem mesmo esta vendo a arvore toda e mesmo quando achar que esta vendo ela toda sempre haverá raízes ocultas e quando em fim parar de ficar questionando o que é ou o que parece ser finalmente poderá aproveitar a sombra os frutos e ouvir a canção que as folhas entoam em uma tarde de verão.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Star shot



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Chasin' the Perseids
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domingo, 22 de setembro de 2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Azar no jogo

 A vida é um jogo de azar, quando você acha que dominou a técnica, que conhece o jogo, que domina as regras, você toma! pega uma mão ruim e descobre que é tudo questão de sorte, pode blefar a vontade coisas boa vem por mérito, mas coisas realmente boas só tendo sorte mesmo. Você até tenta achar que não e que tudo depende de você e do quando você é bom e esforçado, repete como mantra para te motivar a continuar a se esforçar, mas de vez em quando é lembrado que não, a diferença mesmo, a nata, o que te separa dos outros é uma questão de sorte, simplesmente sorte.

 odeio isso.

Charles Bukowski


"Me sinto bem em não participar de nada. Me alegra não estar apaixonado e não estar de bem com o mundo. Gosto de me sentir estranho a tudo..."

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tão...

cansado, triste, solitário...

domingo, 4 de agosto de 2013

Pessimismo nosso de cada dia

   Outro dia marquei de gravar um filminho com alguns irmãos da igreja, iriamos gravar na quinta a noite após do trabalho. Cheguei em casa comi algo me troquei, nem tomei banho para não demorar e fui, tinha que pegar um ônibus diferente dos usuais pois a casa da irmã era ao contrario da minha rota usual, então já sai meio ansioso. Perto de casa havia um ponto em que eu podia pegar apenas um ônibus para casa da irmã, mas era muito mais rápido, mas logo afrente havia um outro ponto em que tinha mas opções. De repente me vi no canteiro da avenida, que era uma grande ladeira quando vi o ônibus que era mais rápido apontando ao longe, pensei: será que vai dar tempo deu correr no ponto de baixo? ele esta mais longe, mas é descida, humm fiquei naquele dilema, "a não dará tempo" e não fui, não corri ele passou, mas quando ele passou percebi o tempo que tinha ficado pensando nisso, se ia ou não dar tempo, em fim dava. Andei mas um pouco logo apontou outro, nessa hora não pensei, corri e peguei.
  Por que não peguei o outro? droga agora terei de andar um pedação, simples fui pessimista, sabe ser otimista é bem melhor que ser pessimista, não por que o otimismo é um super poder que lhe trara algo mistico de cima e logo as coisas iram acontecer e se você for pessimista isso será um mal agouro que ira trazer sobre si uma maldição, não! é logica.
  Se quero subir num muro, e penso não vou conseguir sou pessimista e nem tendo por que tenho a certeza que..." isso não vai dar certo" e logico não subo muro, mas se vou subir o muro e pensou "sim! eu vou subir! eu posso eu vou conseguir" eu não subo por que sou gordo desajeitado e meu esforço não foi o suficiente, mas no momento que eu tentei eu tive uma chance eu coloquei uma possibilidade eu podia ter subido, tinha uma chance disso acontecer, mas quando fui pessimista não tinha chance alguma era realmente impossível.
  Acho que é isso, quando temos uma atitude otimista não criamos uma aura de poder, só aumentamos as chances de nada para alguma, e quando pensamos de forma pessimista e mesmo assim fazemos, no fim acho que é a mesma coisa que ser otimista, só que mesno leitor de auto ajuda, por que convenhamos gente que fica soltando otimismo pelos poros é chata, muiiiiiiiiiito chata!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013


quarta-feira, 20 de março de 2013

I Hate winter

O outono começa hoje e já começa anunciando um inverno muito gelado, aff eu detesto diria que estou de luto pelo verão 

sábado, 16 de março de 2013

Crianças e seus brinquedos.

Adorei as fotos do  fotógrafo italiano Gabriele Galimberti que teve

 a ideia de viajar pelo mundo e registrou crianças de diversos países

 com os seus brinquedos no projeto Toy Stories.






Enea – Boulder, Colorado




Allenah – El Nido, Philippines




Noel – Dallas, Texas





Pavel – Kiev, Ukraine

Botlhe – Maun, Botswana





Reanya – Sepang, Malásia:

 

Elene – Tblisi, Georgia, Estados Unidos:


 Julia – Tirana, Albânia:


Alessia – Castiglion Fiorentino, Itália:


 Maudy – Kalulushi, Zâmbia:


 Arafa & Aisha – Bububu, Zanzibar:


Ralf – Riga, Letônia:


Ragnar – Reykjavik, Islândia:


 Virginia – American Fork, Utah, Estados Unidos:


Cun Zi Yi – Chongqing, China: adoro esse, tando orgulho dos seus brinquedos.


Niko – Homer, Alasca:


 Naya – Managua, Nicarágua:


Puput – Bali, Indonésia:




sexta-feira, 8 de março de 2013

A ponte.

Perto de um shopping na saída da cidade sob o viaduto prefeito josé marino franco em uma noite quente após o sono lhe fugir C. se sentou no muro de segurança, não tinha intensão de pular nem algo trágico assim, apenas viu ali o fim da caminhada provida pela insonia que lhe atacava, noites quentes fazem isso e C. tinha por habito caminhar pelas ruas da vizinhança anoite as vezes ia longe mas hoje viu sua caminhada acabar sob  vista dos poucos carros que ainda passavam de madrugada. C. não tinha pensado em ir ali assim como não pensa muito na sua vida como um todo logo ele se viu ali, como a sua vida. Por um minuto pensou que seria cansativo voltar para casa, que sua mãe lhe perguntaria onde teria andado mas a segunda preocupação não lhe afetava muito visto que ela havia trabalhado muito na quele dia, em fim ali ele parou e pensou...
  Gosto de teorias de viagem no tempo, de todas um pouco a que menos gosto é aquela em que independente do que se faça o futuro nunca muda completamente, ele muda uma coisa ou outra mas o principal se mantem, como o doutor tentando impedir que sua amada morrer e em seu fracasso viu ela morrer mais e mais vezes. Gosto daqueles em que o futuro muda e cria um novo continuo do tempo em um futuro alternativo, gosto daquele que o que você muda no futuro afeto o passado também, nossa vida é como uma viagem no tempo; passado, presente, futuro, você vive desesperadamente tentado mudar, melhorar, saber sobre o futuro e ele vai lá como uma carroça desgovernada dominada por uma vontade propria há aqueles que acham que o controlam que podem muda-lo "o futuro é agente que faz" eu não posso mudar ou viajar para o passado mas vejo nele como cheguei aqui no presente, e me ponho no passado vendo algo mais passado e agindo como se fosse o presente posso ver o futuro que para mim na realidade é o passado do agora e assim percebo qual a tendencia do futuro, logo  vejo o presente e meu passado e consigo ter um deslumbre do meu futuro e não gosto dele, não gosto mesmo por que ele é o presente de daqui a pouco que transforma o agora em passado e eu tento muda-lo mudando o presente e vejo que o presente não muda ele continua mesmo mesmo por mais que eu tente não muda e pré vejo o futuro e pronto o mesmo presente algo mudara aqui e ali mais minha amada sempre continuara morrendo.

quinta-feira, 7 de março de 2013

World War Something

Ontem

ontem eramos jovens...
nossos heróis voavam por ai mais rápido que um jato mais forte que uma locomotiva
ontem nosso amor morava no fim da rua
ontem era só uma musica dos besouros
ontem o mundo era nosso quintal mas era tão grande quando uma galaxia distante
ontem eu podia voar com um guarda chuva
ontem a água da chuva era a água mais pura do mundo
minha mãe era a coisa mais importante do mundo
meu pai era o soberano do reino
ontem eu fiz ano, tinha os melhores amigos e ganhei coisas que iria durar para sempre
ontem com uns trocos era rico e não havia limites
ontem eu queria crescer e ser grande e forte
ontem o mundo era meu quintal e eu podia ir para outros mundo
meus pés tinham calos que não doiam evitavam a dor, correr era o meu meio de trasporte.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Meu Pinterest


Fui...



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Curta metragens de animação que estão concorrendo ao oscar 2013.



Adam and Dog
- EUA - Direção: Minkyu Lee
Fresh Guacamole - EUA - Direção: PES
Head over Heels - Reino Unido - Direção: Timothy Reckart
Maggie Simpson: The Longest Daycare - EUA - Direção: David Silverman
Paperman - EUA - Direção: John Kahrs
Meu favorito sem duvidas é Adam and dog, tudo de lindo, mas Paperman e o da Maggie também são legais, muito legais por assim dizer...na verdade todos mas esses são meus favoritos, nossa já vi do Adam umas trocentas vezes.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sonho de hoje:uma viagem ao japão



Vamos lá não sei se vou conseguir escrever esse sonho de forma que dê para intender.
Eu estava em um balcão de informação no meio do mato uma mata de bamboo queria ir para o japão não sabia se conseguiria, dai alguém me disse:
-ainda é 97 esta fácil ir ao japão
Fiquei com medo e por ali, dai apareceu uma senhora e disse.. não apresentou uma menina ...uma moça japonesa linda:
-se você quiser ela pode ir com você disse que é sua mulher. Eu fiquei todo feliz e fomos falar do nosso casamento o dia a hora como foi. mas ficamos com medo de não dar certo, dai ela mostrou umas agulhas com soro no braço e disse:
-agente pode falar que estou doente e que vou ao medico em Tokio. Me lembrei que antes alguém me disse que era só dizer que estava indo para casar com alguém, isso antes deu encontrar a senhora.
 Logo estávamos no avião enorme tipo umas cinquenta fileiras sem corredor um monte de cabecinhas. De repente estávamos no Japão pedi para ir com ela, mas ela se foi. Logo eu estava em cima de um telhado e dava para ver a o teto da cidade mas não tinha prédios só uma cidade do japão feudal mas tinha um mercado com um telhado enorme de metal amarelo e do nada eu estava correndo por ele com medo e as pessoas lá em baixo gritavam e eu falava que estava pisando nas juntas e cheguei ao fim pulei encontrei uma moça com tranças coloridas e começamos a lutar kung fu depois com o pai com dreadlock azuis, mas logo aparece um cara que eu aparente mente conhecia e ele tinha um macaco mas as vezes ele era o macaco, pegamos e fomos a um dojo de kung fu e falei para o mestre "sifu" que tinha prendido kung fu com um caixeiro viajante quando era criança e participamos de um campeonato, ele ficou louco de raiva, então o cara que estava comigo disse que também tinha ensinado ao seu macaco mas ele foi demostrar e era ele o macaco um macaco azul com roupas de árabe tipo Aladim.
 Saímos de lá e ele estava contando que tem um poder de controlar pedras.
 Nossa estava tão animado para contar pois aconteceu muita coisa, depois viramos um esquadrão de 5 lutando contra um mostro de pedra gigante e cada um de nós tínhamos uma armadura ou era meio que entravamos dentro de um gigante de uma pedra preciosa o meu era verde de certo que era esmeralda e ele tinha um olho só, imagine um ciclope gigante verte e alguém dentro controlando como se cada movimento dele fosse o meu, logo vencemos e voltamos para o brasil, lá no japão mesmo encontrei a moça que foi comigo lavando roupas, depois descobri que na verdade as pedras era para ajudar em um campeonato de pipas, sim pipas mas no fim o patrão do macaco colocou outras 5 crianças, "nossa eramos crianças nessa parte " e brigamos com eles e eles ficaram se gabando de medo e o moleques que participaram no nosso lugar ficaram rindo, fomos em bora mas só eu fui de ônibus "deprimente" mas dai vi um menina linda de cabelo rosa na fila do lado deu um sorriso ela respondeu e veio comigo na minha fica de ônibus falou que eu era bonito e antes de entrar no ônibus trocamos um selinho " selinho? pode uma coisa dessas" entramos no ônibus ela foi para o fundo eu fiquei sentado na escada de entrada, dai uma moça foi descer e o ônibus não tinha parado foi muito rápido  estava muito rápido  nossa desci desesperado por que ela caiu em uma moite de espinhos, queria chamar ajuda mas ela estava ótima  fiquei falando pra ir ao medico um monte de tempo e da cabeça dela e tal dai veio o marido dela e os filhos de carro, disse de novo para ir ao medico.
 Então eles me convidaram para ir a um casamento entrei no carro e fui, cheguei lá era uma fabrica antiga mas um cilo de grãos que foi transformado em um catedral gótica, cheia de gárgulas e lustres de cristal esculturas góticas toda cisa e lá dentro tinha uns bancos e em um outro hambiente varias mesa lindar toda decoradas com lustres que se mexiam com talher de prata, taças de cristal lindo, dai vi minha mãe lá na frente como madrinha e acordei.
  Pena que deu um certa preguiça de colocar todos os detalhes mais teve muitos das lutas do acidente de onibus com a moça, briguei com motorista e um monte de coisas, no avião indo para o japão também aconteceram coisas, mas bem é isso só escrevi por que faz tempo que não sonho com algo com tantos detales e tão claro assim, resolvi compartilhar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Mentira.

A mentira ela é tão perversa por que ela te acorrenta te escraviza ela te prende nela e não sai mas e ela violenta sua vida e logo se prolifera uma vira duas que vira três e você esta carregando varias e o fardo é tão pesado que logo as pessoas percebem que você as carrega e você tem tantas que não sabe nem mais quantas tem e muito menos sente quando uma a mais esta sobre você ou uma a menos, pouco a pouco você vive em prol delas e nem se lembra mais como era viver sem elas. Sabe, acho isso uma das coisas mais triste do mundo e eu tenho dó de quem carrega esse fardo que muitas vezes nem sabe como começou e muito menos como se livrar dele.